quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Tempos Modernos



                O filme Tempos Modernos de Charles Chaplin não só é um clássico do cinema como aborda temas pertinentes à sociologia desde seu início até os dias atuais. As mudanças que vinham ocorrendo nas sociedades ocidentais desde o fim da idade média se intensificaram de forma brutal com o advento da industrialização, novas relações de trabalho foram introduzidas, de forma que os trabalhadores que outrora tinham o domínio de seus meios de produção, ou seja, que decidiam seu tempo de trabalho de acordo com suas necessidades,  realizavam a produção de forma artesanal e controlavam o processo produtivo quase completamente  passaram a trabalhar em linhas de produção fabril com horários estritamente regulados e de forma altamente especializada.
                Estes novos trabalhadores não mais detinham os meios de produção, o trabalho empregado na produção das mercadorias não corresponde os seus ganhos, o regime de trabalho sofreu uma transformação e os trabalhadores passaram da condição de produtores para a condição de “vendedores” de sua mão de obra.
                Nesta nova sociedade se deflagra um processo de migração do campo para as cidades, que se tornam muito populosas, que, por conseguinte necessitam de uma série de novas instituições para sua organização - nas quais grande parte dos estudos sociológicos se concentraram – como as prisões, hospitais, manicômios, escolas e etc., vale a pena lembrar que no filme em questão o atrapalhado protagonista, incapaz de se adequar ao trabalho na fábrica é enviado ao hospital psiquiátrico e é preso mais do que uma vez. Segundo alguns autores, o objetivo de instituições como as escolas, hospitais psiquiátricos e hospitais nesse período seria o de adequar os corpos para que eles se tornassem dóceis e sadios para a manutenção da sociedade.
                Mas o processo de mudança social empreendido na modernidade não aconteceu sem gerar processos de resistência por parte dos setores explorados da sociedade, o desemprego, pobreza e exclusão social gerados pelo processo de expansão capitalista recebeu a resistência de movimentos operários, feministas, comunistas e etc. o que mostra que a sociedade moderna, assim como qualquer outra não é algo estático, pronto, definido, e sim um processo dinâmico no qual as ações tanto de indivíduos como coletivos podem alterar a estrutura das relações de trabalho e poder.


Filme disponível no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=EGSY3FsOJn0



Para saber um pouco mais:

Para quem se interessar sobre as relações de trabalho e especialmente sobre a exploração de trabalhadores no Brasil, o blogueiro/jornalista Leonardo Sakamoto é uma boa fonte de informação e opiniões: 

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